Interação e Interatividade

Quando falamos de interação, pensamos rapidamente nas ações com o nosso próximo, seja num diálogo, uma troca de experiências ou até mesmo quando concordamos ou discordamos com alguém só por meio de gestos. Percebemos então que a interação está presente em todo nosso cotidiano. Mas o que os autores dizem sobre isso??

Vamos começar com Pimentel (2013), que explicita o conceito da palavra interação como a relação entre os sujeitos que são mediadas por recursos comunicacionais, gestuais e orais. Silva (2014) evidencia que o conceito de interação vem da física e que agregado nas outras áreas de conhecimento como a sociologia, psicologia e quando chegou no campo da informática o termo foi modificado para a interatividade. Mais adiante Silva (2014) aponta que o termo interação comporta três interpretações:
  1. Genérica (a natureza é composta por interações físico-químicas);
  2. Mecanicista, linear (sistêmica);
  3. Motivações e predisposições (interacionista e dialética).
Além de apresentar a interação na visão de alguns autores como Costalat-Founeau, a autora vê o termo com o caráter restritivo e redutor, pois, segue uma linearidade em que o "imediatismo da reciprocidade" é o que domina. Silva (2014) acrescenta que a autora se equivocou quanto ao modelo sistêmico que emprega a interação;  é exibido que os interacionistas Strauss e Goffman mostra que trata-se de um termo genérico no que se refere a interação sempre vai existir entre dois ou mais sujeitos, mesmo que não haja estímulo, se o sujeito não interagir com palavras, irá pela linguagem do corpo.

Adentrando no campo da interatividade, Pimentel (2013) evidencia a interatividade como a interação do homem sobre a máquina, que recebe em troca a retroalimentação. Primo (2007) aponta que a interatividade não é só interagir com a máquina, consiste na capacidade de utilizar certos conteúdos e modifica-los, resultando na co-autoria. Faz-se necessário a interação por intermédio DA máquina e não só COM a máquina. Silva (2003) exibe a interatividade como a relação emissão-mensagem-receptor e tem como objetivo quebrar os paradigmas tradicionais. Leffa e Castro (2008) mostra a interatividade como evento virtual que é construído tanto pelo autor, quanto pelo leitor. 
A interatividade deve superar o conceito de educação tradicional em que o professor é o centro da aprendizagem e o estudante o receptor do conteúdo. Nesse cenário das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), a interatividade é realizada por meio eletrônico e só resulta na aprendizagem significante quando sai de algo mecânico, para a atividades que dão sentido ao desempenho do estudante.
Práticas pedagógicas tradicionais e interativas
Fonte: Sara Egito
Referência
LEFFA, V; VETROMILLE-CASTRO, R. Texto, hipertexto e interatividade. Revista de estudos da linguagem. Belo Horizonte, n. 2, v. 16, p. 166-192, 2008.
PIMENTEL, Fernando. Interação on-line: um desafio da tutoria. Maceió: Edufal, 2013.
PRIMO, Alex. Interação mediada por computador: comunicação, cibercultura, cognição. Porto Alegre: Sulina, 2007.
SILVA, Marco. Sala de aula interativa: educação, comunicação, mídia clássica... São Paulo: Edições Loyola. 7, ed. 2014.
SILVA, Marco. EAD on-line, ciberbultura e interatividade. In: Alves, L; NOVA, C (Orgs.). Educação a distância: uma nova concepção de aprendizado e interatividade. São Paulo: Futura, 2003, p. 51-61

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